Ao anúncio de ventos fortes lá fora, tudo roda com
mais velocidade aqui dentro.
E, em meio a pensamentos, eu me viro do avesso.
Viro, desviro, vou e volto, mas não chego a lugar
nenhum.
Algumas vezes posso dizer até qual é o milésimo de
segundo que separa o cômodo do incômodo.
Outras vezes me passa despercebido e, quando vejo,
já fui parar em um momento onde quase sempre odeio estar.
Eu costumo descrever cada instante como um desmaio
mental onde tudo escurece e eu só vejo o que, naquele momento, deveria fazer, mas não faz, todo o sentido.
Respiro fundo, fecho os olhos e faço de tudo para
voltar ao meu lugar.
Em algum momento daquele pequeno instante, sinto a
velocidade diminuir e tudo parar.
Posso escutar novamente a batida forte do meu
coração que, como uma leve melodia, parece me pedir para deixar.
Deixar para trás os ventos indesejados, a angústia
e os pensamentos sem fundamento.
Quando finalmente volto a abrir os olhos, sinto uma
vontade enorme de explicar e compartilhar.
Quero descrever conscientemente cada detalhe da
inconstância da minha mente pra, quem sabe, encontrar ventos que sigam para
outro lugar.
É quando percebo que ninguém realmente merece
entender.
Disso tudo, levo tudo apenas comigo, na direção que
tiver que ser.
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