domingo, 10 de outubro de 2010

Sutil Descoberta

Eu sempre acordei cedo pra festejar o sol lá fora.
Nunca me atrasei, perdi a hora.


Hoje eu acordei tarde.
Festejei o escuro,
depois o medo.
Acordei depois da hora,
vi alguma coisa indo embora.
E agora?

Silêncio.
É, hoje o dia foi do silêncio,
plausível, mas sem deixar de ser incômodo pra qualquer mente que, se estivesse ao meu lado, ouviria as minhas angústias gritando, de algum lugar aqui dentro.

Raiva.
Hoje o dia também foi da raiva,
irritantemente pegajosa, que sempre me leva a fazer o que eu não devia.
Lia, relia, relia, e lia.
Mais uma vez, só pra ainda sentir uma pontinha de esperança em não querer ler o que eu reli.

Dúvida.
O dia me levou a muitas dúvidas,
certo, errado, enrolado, acertado, junto, separado.
Qual é mesmo a resposta?
Nem sei mais quais são as perguntas.

Reflexão.
Por último e não menos importante, as reflexões são inevitáveis em minha vida.
Eu reflito o aflito, a aflição do que não quer me deixar em paz, nunquinha nessa vida.

Hoje eu acordei tarde,
mas não pra enxergar certas palavras,
atitudes e gestos que me fizeram mudar aqui dentro.

Sim, em um dia eu mudo muita coisa.
Vivo de evoluções.
Na realidade, revoluções.
Eu mudo e desmudo a hora que eu bem entendo,
e isso todo mundo já sabe, nem eu entendo.