quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ela voou

É impossível.
Disse o orgulho.
É arriscado.
Disse a experiência.
É inútil.
Disse a razão.
Dê uma chance.
Sussurrou o coração.
Que, de tão fraco, sussurrou tão baixo que não adiantou.

Ela voou.

Felizes somos nós

Chega um ponto em que você tem que ter coragem pra desistir. Isso não te faz pior. Te dá forças pra seguir em frente e perceber que o que você menos precisa, são migalhas, incertezas e sofrimento. Ninguém precisa disso. E a partir do momento que você entende, vive. A partir do momento que você vive, ama. E quando você ama, você ama de alma, você dá o melhor de si. Quem dá o melhor de si, é realmente feliz. Existem dois tipos de gente: os felizes, e os que vagam por aí. Não quero vagar por aí, então decido ser feliz. Todos somos, se quisermos ser.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Brisa Noturna

Os quatro cantos do quarto se sentem observados.
Deitada, meus olhos não se fecham.
Parece que a minha mente não aceita a minha estranha vontade de querer que o tempo passe logo.
Tudo acontece lentamente.
Os sons vindos da rua diminuem aos poucos e o silêncio toma conta do lugar. Mas não de mim.
Vozes e pensamentos percorrem a minha mente como formigas trabalhando em ritmo acelerado e, eu sei, mais uma noite em claro está por vir.
Ao sopro gelado da brisa que bate lá fora, e ao som da janela batendo em sua sincronia, paira no ar uma dúvida: existe um lugar certo pra mim?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ontem

Em certos dias fico tão distante, não sei se aqui, ali ou logo adiante.
Ouço vozes, risadas e gritos.
Mas nada que me faça decidir se realmente existo.
Outro dia eu tive medo, fui insegura e sem contento.
Anteontem eu mudei, cantei e dancei.
Ontem eu vivi em outro lugar.
Tinha pés e também asas pra voar.
Sentia, vivia e sorria.
Hoje minhas asas sumiram.
Eu canto em um canto e não sorrio.
Mas vivo.
Amanhã, eu sei, cansarei de viver na promessa de que um dia tudo o que eu desejo retorne.
Se eu não vejo vontade, porque então deixar o adeus pra mais tarde?
Faça o que tem que ser feito, antes que eu transborde.

Vou embora e talvez nunca mais volte.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro e sua saudade

Fechei os olhos e lembrei de uma outra vida.
Um passado remoto, um resquício de um momento.
Ainda com os olhos fechados pude ouvir vozes, conversas e até mesmo risadas.
Eu sabia distinguir bem de quem eram as vozes e quase até o que elas conversavam.
Copos faziam barulho ao serem colocados na mesa, e o bule esquentando a água que fervia, parecia um assovio.
Abri os olhos e avistei uma janela.
Tive aquela sensação momentanea de quando durmo fora de casa e por um instante esqueço que não estou em meu quarto.
Olhei em volta e vi duas camas. Eu dormia em um colchão, entre as camas.
A almofada em que eu deitava era grande e tinha o desenho de um animal. Não me recordo bem ao certo se era um cachorro, um cavalo ou um gato. Mas sei que a escolhi porque gostei do desenho.
Estava frio ainda, era cedo. Mas entre as frestas da janela fechada, havia uma luz amarelada que me trazia a certeza de que o dia seria quente.
Mais um dia de verão onde eu sairia no quintal e criaria mil e um jeitos de me divertir.
De repente, a porta do quarto que estava entreaberta abriu-se por completo, e um semblante surgiu em sua frente.
Fechei os olhos, mas mesmo assim pude sentir que alguém me cobria.
Meu cobertor era grande, e esquentava muito. Sempre me deixavam usá-lo quando eu aparecia por lá.
Me senti bem.
A porta tornou a se fechar e eu, a abrir os olhos.
Eu não estava mais lá.
Tudo aquilo virou pó, passado, lembrança.
Há 3 anos, uma saudade que permanece e retorna forte e dolorosa, sempre quando setembro chega.