quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro e sua saudade

Fechei os olhos e lembrei de uma outra vida.
Um passado remoto, um resquício de um momento.
Ainda com os olhos fechados pude ouvir vozes, conversas e até mesmo risadas.
Eu sabia distinguir bem de quem eram as vozes e quase até o que elas conversavam.
Copos faziam barulho ao serem colocados na mesa, e o bule esquentando a água que fervia, parecia um assovio.
Abri os olhos e avistei uma janela.
Tive aquela sensação momentanea de quando durmo fora de casa e por um instante esqueço que não estou em meu quarto.
Olhei em volta e vi duas camas. Eu dormia em um colchão, entre as camas.
A almofada em que eu deitava era grande e tinha o desenho de um animal. Não me recordo bem ao certo se era um cachorro, um cavalo ou um gato. Mas sei que a escolhi porque gostei do desenho.
Estava frio ainda, era cedo. Mas entre as frestas da janela fechada, havia uma luz amarelada que me trazia a certeza de que o dia seria quente.
Mais um dia de verão onde eu sairia no quintal e criaria mil e um jeitos de me divertir.
De repente, a porta do quarto que estava entreaberta abriu-se por completo, e um semblante surgiu em sua frente.
Fechei os olhos, mas mesmo assim pude sentir que alguém me cobria.
Meu cobertor era grande, e esquentava muito. Sempre me deixavam usá-lo quando eu aparecia por lá.
Me senti bem.
A porta tornou a se fechar e eu, a abrir os olhos.
Eu não estava mais lá.
Tudo aquilo virou pó, passado, lembrança.
Há 3 anos, uma saudade que permanece e retorna forte e dolorosa, sempre quando setembro chega.

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