terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eu, eu mesma

Esse ano que estou deixando para trás teve um início conturbado, e desde o começo me senti como se estivesse fazendo um teste.
Entre tantas revoluções internas e externas, errei e aprendi muito.
Reconheço 2011 como um ano de aprendizado e ultrapassagem de limites.
Saí da minha zona de conforto e me perdi em um lugar vazio, onde tive que me reconstruir como pessoa.
E, ao contrário de todos os anos anteriores, onde a cada fim eu desejei evaporar e liberar todos os meus sais e minerais, desta vez, pretendo ficar com cada pedacinho deles.
Entendi que são esses pequenos pedaços de mim, juntamente com meus medos e dúvidas, que me fazem uma pessoa melhor.
E não importa o que eu faça , estes medos permanecem e eu já não me desfaço mais.
Não desejo mais me desfazer do que foi vivido, dito ou feito. Mistura de saudade das coisas boas e rancor das ruins, preciso dessas lembranças pra seguir em frente.
O meu desejo maior é viver o hoje.
O amanhã fica guardado, como se fosse uma caixa que só é aberta por mim na hora certa.
Em 2012 serei eu, eu mesma, incessantemente eu, com a felicidade merecida por mim nesse mundo e em qualquer outro que exista.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Navegar é preciso

Planeta conturbado e agitado.
Todos querem dinheiro, mais sucesso, o mundo inteiro.
Além de todos os pré-conceitos,
Conceitos
E Devaneios
Tudo se descarta, sufoca, entorta.
Eu tento.
Mas quanto mais eu penso,
Menos entendo.
Quero um lugar que me traga paz
Sentir o melhor que a solidão me trás.
Chega de querer entender
Eu preciso viver.
Sinto-me olhando um céu azul de nuvens retalhadas.
Pego no sono e sonho com borboletas atordoadas.
Eu sou o contento,
O silêncio
E o tempo.
Sempre que acordo,
Uma voz surge com o vento:
Ei, navegar é preciso.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Voltas

Tudo é passageiro,
Assim como o vento.
Assim como o vento,
Tudo é passageiro.
O tempo,
O sentimento
E o pensamento.
Tudo é fugaz,
Capaz,
Vivaz.
Só não olhe nunca para trás.
Só não olhe nunca para trás,
Tudo é fugaz.
Pensamentos em movimento
Não encontro um contento
E nada me trás um alento.
Eu vejo tudo girar
E quanto mais tento parar
Mais me vejo rodar.
Minha vida é assim,
Um parque,
Um jardim.
Uma junção de rodas gigantes, carrosséis e cata-ventos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cata-vento ao contrário

Vou me curtir assim
Até não sobrar mais forças.
Até eu não conseguir mais pensar.
Até que nada disso faça mais sentido algum.
O cata-vento vai virar
E o vento há de me ajudar.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Carta de Alforria

Durante alguns dias, pude ver e sentir coisas que já há algum tempo não sentia.

Engraçado como o tempo passa em um piscar de olhos quando a vida que está em volta deseja realmente ser vivida.

Posso dizer que eu pisquei, vivi e despertei.

Despertei para a minha liberdade.

Minha ânsia de viver momentos bons e conhecer pessoas novas.

Minha necessidade de sorrir e receber outro sorriso em troca, sem precisar desejar e esperar.

Por algum estranho momento, eu decidi ser o que não fui até hoje e, ao contrário do que antes eu pensava, essa decisão me trouxe um sentimento estranho de estar completamente certa. E completa.

Foi um sentimento que me absorveu por inteira, me fazendo flutuar.

Hoje me sinto leve, mas com força.

Uma força que vem de dentro da alma e me faz querer continuar.

Me faz sonhar.

Foi uma única semana, diferente de todas as outras que já tive, que me tirou de dentro de um lugar em que eu já não queria mais estar.


Sou livre.

domingo, 30 de outubro de 2011

Mudanças

Meu momento de auto conhecimento me inspira, e cada vez mais eu me sinto em sincronia com o vento.
As diferentes faces que a vida pode ter, fascinam, e eu tenho fome de saber o que pode me acontecer, toda vez que eu abro os olhos de manhã e tenho um sorriso misterioso tomando conta de mim.
Eu mudo, tu mudas, nós mudamos.
Como passei a gostar de tudo isso!
Meu ano decidiu ser conturbado e eu já não quero mais ir contra a maré.
Aceito a mudança em mim como aceito que a chuva lá fora me molhe.
Mudanças, sejam bem vindas!

sábado, 29 de outubro de 2011

O silêncio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzenta, pela rua estreita que fito. Estou dormindo desperto, de pé contra a vidraça, a que me encosto como a tudo. Procuro em mim que sensações são as que tenho perante este cair esfiado de água sombriamente luminosa que [se] destaca das fachadas sujas e, ainda mais, das janelas abertas. E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.

Toda a amargura retardada da minha vida despe, aos meus olhos sem sensação, o traje de alegria natural de que usa nos acasos prolongados de todos os dias. Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste. E o que em mim verifica isto está por detrás de mim, como que se debruça sobre o meu encostado à janela, e, por sobre os meus ombros, ou até a minha cabeça, fita, com olhos mais íntimos que os meus, a chuva lenta, um pouco ondulada já, que filigrana de movimento o ar pardo e mau.

Abandonar todos os deveres, ainda os que nos não exigem, repudiar todos os lares, ainda os que não foram nossos, viver do impreciso e do vestígio, entre grandes púrpuras de loucura, e rendas falsas de majestades sonhadas… Ser qualquer coisa que não sinta o pesar de chuva externa, nem a mágoa da vacuidade íntima… Errar sem alma nem pensamento, sensação sem si-mesma, por estrada contornando montanhas, por vales sumidos entre encostas íngremes, longínquo, imerso e fatal…

Perder-se entre paisagens como quadros. Não-ser a longe e cores…

Um sopro leve de vento, que por detrás da janela não sinto, rasga em desnivelamentos aéreos a queda retilínea da chuva. Clareia qualquer parte do céu que não vejo. Noto-o porque, por detrás dos vidros meio-limpos da janela fronteira, já vejo vagamente o calendário na parede lá dentro, que até agora não via.

Esqueço. Não vejo, sem pensar.

Cessa a chuva, e dela fica, um momento, uma poalha de diamantes mínimos, como se, no alto, qualquer coisa como uma grande toalha se sacudisse azulmente dessas migalhinhas. Sente-se que parte do céu está já aberta. Vê-se, através da janela fronteira, o calendário mais nitidamente. Tem uma cara de mulher, e o resto é fácil porque o reconheço, e a pasta dentífrica é a mais conhecida de todas.

Mas em que pensava eu antes de me perder a ver? Não sei. Vontade? Esforço? Vida? Com um grande avanço de luz sente-se que o céu é já quase todo azul. Mas não há sossego — ah, nem o haverá nunca! — no fundo do meu coração, poço velho ao fim da quinta vendida, memória de infância fechada a pó no sótão da casa alheia. Não há sossego — e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter.

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Perca-se

Eu, que fui sempre confusa, me deparei com o certo.
Eu, que mergulhava em dúvidas, obtive respostas.
Eu, que finalmente me encontrei, acabei por perder o que me encontrou.
Que, por ironia do destino, se perdeu de mim e nunca mais voltou.
E, por não saber mais o que fazer,
eu, hoje, desejo de novo me perder.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ela voou

É impossível.
Disse o orgulho.
É arriscado.
Disse a experiência.
É inútil.
Disse a razão.
Dê uma chance.
Sussurrou o coração.
Que, de tão fraco, sussurrou tão baixo que não adiantou.

Ela voou.

Felizes somos nós

Chega um ponto em que você tem que ter coragem pra desistir. Isso não te faz pior. Te dá forças pra seguir em frente e perceber que o que você menos precisa, são migalhas, incertezas e sofrimento. Ninguém precisa disso. E a partir do momento que você entende, vive. A partir do momento que você vive, ama. E quando você ama, você ama de alma, você dá o melhor de si. Quem dá o melhor de si, é realmente feliz. Existem dois tipos de gente: os felizes, e os que vagam por aí. Não quero vagar por aí, então decido ser feliz. Todos somos, se quisermos ser.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Brisa Noturna

Os quatro cantos do quarto se sentem observados.
Deitada, meus olhos não se fecham.
Parece que a minha mente não aceita a minha estranha vontade de querer que o tempo passe logo.
Tudo acontece lentamente.
Os sons vindos da rua diminuem aos poucos e o silêncio toma conta do lugar. Mas não de mim.
Vozes e pensamentos percorrem a minha mente como formigas trabalhando em ritmo acelerado e, eu sei, mais uma noite em claro está por vir.
Ao sopro gelado da brisa que bate lá fora, e ao som da janela batendo em sua sincronia, paira no ar uma dúvida: existe um lugar certo pra mim?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ontem

Em certos dias fico tão distante, não sei se aqui, ali ou logo adiante.
Ouço vozes, risadas e gritos.
Mas nada que me faça decidir se realmente existo.
Outro dia eu tive medo, fui insegura e sem contento.
Anteontem eu mudei, cantei e dancei.
Ontem eu vivi em outro lugar.
Tinha pés e também asas pra voar.
Sentia, vivia e sorria.
Hoje minhas asas sumiram.
Eu canto em um canto e não sorrio.
Mas vivo.
Amanhã, eu sei, cansarei de viver na promessa de que um dia tudo o que eu desejo retorne.
Se eu não vejo vontade, porque então deixar o adeus pra mais tarde?
Faça o que tem que ser feito, antes que eu transborde.

Vou embora e talvez nunca mais volte.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro e sua saudade

Fechei os olhos e lembrei de uma outra vida.
Um passado remoto, um resquício de um momento.
Ainda com os olhos fechados pude ouvir vozes, conversas e até mesmo risadas.
Eu sabia distinguir bem de quem eram as vozes e quase até o que elas conversavam.
Copos faziam barulho ao serem colocados na mesa, e o bule esquentando a água que fervia, parecia um assovio.
Abri os olhos e avistei uma janela.
Tive aquela sensação momentanea de quando durmo fora de casa e por um instante esqueço que não estou em meu quarto.
Olhei em volta e vi duas camas. Eu dormia em um colchão, entre as camas.
A almofada em que eu deitava era grande e tinha o desenho de um animal. Não me recordo bem ao certo se era um cachorro, um cavalo ou um gato. Mas sei que a escolhi porque gostei do desenho.
Estava frio ainda, era cedo. Mas entre as frestas da janela fechada, havia uma luz amarelada que me trazia a certeza de que o dia seria quente.
Mais um dia de verão onde eu sairia no quintal e criaria mil e um jeitos de me divertir.
De repente, a porta do quarto que estava entreaberta abriu-se por completo, e um semblante surgiu em sua frente.
Fechei os olhos, mas mesmo assim pude sentir que alguém me cobria.
Meu cobertor era grande, e esquentava muito. Sempre me deixavam usá-lo quando eu aparecia por lá.
Me senti bem.
A porta tornou a se fechar e eu, a abrir os olhos.
Eu não estava mais lá.
Tudo aquilo virou pó, passado, lembrança.
Há 3 anos, uma saudade que permanece e retorna forte e dolorosa, sempre quando setembro chega.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Regenere-se

Todo dia travo uma batalha com a minha mente, as vezes a gente se entende outras vezes me pergunto se alguém realmente sente.
No fim do dia, regenero o que sobra de mim e procuro os milhares de pedaços que se perderam e sumiram de repente.
Refaço alguns passos, me confundo em outros espaços.
O brilho das coisas fraqueja feito uma lâmpada antiga que está prestes a queimar, e eu sei que preciso de um tempo na escuridão para reaprender a enxergar.
Certas coisas já não fazem mais o menor sentido, e o meu desejo doce de ontem, hoje sangra, grita e pede desesperadamente que tudo se torne por fim, um fim.
Eu já não quero mais estar lá porque é distante, frio e doloroso.
O amanhã me parece ser mais bonito, basta eu decidir voltar a brilhar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O medo de sofrer bloqueia pensamentos e sentimentos.
Faz de nós pessoas covardes e erradas.
Esqueceram que sem o sofrimento não há alegria?
Esqueceram que é no sofrimento que muitas vezes aprendemos o que é ser feliz?
Perdemos, diariamente, coisas e pessoas que poderiam realmente nos fazer felizes no futuro, por acharmos que sofreríamos muito.
Já escutei a frase: se não tentarmos, nunca saberemos.
E já vi muitas pessoas que ficaram sem saber.
Eu, um dia hesitei, e quase perdi a chance de saber.
Mas foi depois dessa frase que decidi tentar e, hoje sei, não mudaria nada.
Mas, confesso, nem eu entendo isso sempre.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sexta - feira

Em uma sexta- feira normal como todas as outras, sozinha em casa a procura de algo pra comer, resolvi pedir comida no restaurante do lado. Nada melhor do que uma macarronada. A comida chegou, peguei a encomenda rapidamente enquanto a fome só aumentava. Coloquei no prato e lembrei q ainda faltava o essencial: o famoso e querido queijo ralado.
Fui abrir o pacotinho de queijo ralado do jeito mais ensandecido e esfomeado do mundo mas, ao em vez de eu pegar uma tesoura ou qualquer coisa pontiaguda que cortasse o pacote, fiz força e tanto fiz, que quando me dei conta havia queijo ralado espalhado por todos os lados, em mim e no chão.
E, de repente, percebi que além de mim, haviam mais duas criaturinhas me acompanhando na saga do pacote e, ambas criaturinhas peludas e pretas estavam brancas de queijo ralado.
Meus gatos só olharam pra mim com uma cara de, eu tenho quase certeza que acerto, de desaprovação.
Se fosse em qualquer outro contexto, eu estaria irritadíssima com a situação mas, de olhar pra cara deles e vê-los resolver aquilo com tanta prática e calma (um lambendo o outro), a única coisa que senti vontade de fazer, foi rir.
Gargalhei sozinha como não fazia há tempos, e percebi que são realmente muito simples as coisas que me fazem tão bem.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Re-Começo

Se eu soubesse que minhas atitudes passadas pudessem refletir tanto o que eu represento hoje quando me olho no espelho, desistiria de mim logo no primeiro passo para trás que dei por medo.

Me transformei em um ser que não tem para onde escapar e vive em uma eterna luta com o próprio inconsciente.

Tenho medo de dar um passo a frente e cair no buraco que se abriu quando eu finalmente enxerguei como a minha vida está hoje e, desde então, permaneci estagnada.

O orgulho, o medo de perder, e o ciúmes fizeram de mim uma pedra. Uma pedra mais dura do que quando eu pecava por não sentir nada.

Fiz uma barreira invisível que me impediu de ser feliz e de fazer feliz qualquer pessoa que estivesse a minha volta. E é por isso que perdi o que mais me valia a pena.

Cada segundo da minha vida vai me lembrar disso até que se esgotem os dias tristes e finalmente eu resolva seguir em frente.

Mas entre finais, buracos e pedras, eu desejo um recomeço feliz para mim e para quem, por um acaso, estiver sofrendo como eu.

Gosto de pensar que o futuro nos guarda momentos melhores do que os atuais e sem as nuvens pelas quais passamos todo esse tempo.

Aceitar a impermanência das coisas é um longo aprendizado.

Quanto mais vivemos, mais aprendemos.

Seja perdendo ou ganhando. Uma hora, ganhamos.

Aceitar em paz, é sabedoria.

Enquanto isso, eu estou aqui, a espera de que o vento me diga a onde e como recomeçar.

sábado, 30 de abril de 2011

Liberte-se

Quem nunca sonhou em morar fora de casa?

Sair do interior e se deliciar com as maravilhas que uma cidade grande pode nos proporcionar?

Arranjar um emprego, morar sozinho e ter suas próprias responsabilidades?

Tudo isso se encaixa no desejo que nos seduz desde que nos entendemos por gente e se traduz em uma única palavra: Liberdade.

Mas será mesmo que conseguimos ser livres?

Se parássemos para pensar em como na realidade tínhamos liberdade quando éramos menores, e a perdemos ao encontrá-la de fato, saberíamos que a liberdade da qual aspiramos, lutamos e conquistamos, trata-se na verdade de uma corrida incessante atrás de dinheiro, status e progresso.

Tais coisas  não trazem e nunca trarão o verdadeiro e real sentimento de poder sentar em um sofá as 16 horas da tarde para assistir um filme qualquer, conversar com um amigo, almoçar com a família, respirar e sentir, sem pensar no futuro ou em como deveríamos nos dividir em cinco para fazer tudo que precisamos em um único dia.

Esquecemos o real sentido da vida, o de viver, e ao em vez disso, escolhemos permanecer em uma eterna corrida à escravidão física e mental, que pode sim nos levar a algum lugar, mas nunca trará de volta o que deixamos um dia passar.

domingo, 24 de abril de 2011

Nó-s-eu

Tinha em mim um desejo incontrolável
e insaciável
de ser completa.
Completamente eu.
Só eu.
Tal eu que deixou de ser completamente eu,
assim que se transformou em nós.
O nós agrada, alegra
e parece ser mais completo do que o eu.
Comecei então a ser eu, vivendo por nós.
Mas e o meu completamente eu?
Passou a ser um nada sem o nós,
mesmo o nós sendo tudo sem o eu.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Esse é o lema

As vezes não sabemos
O que somos, o que queremos
As vezes não sentimos
o que vemos, o que vivemos
As vezes não queremos
Nem isso, nem aquilo
As vezes não entendemos
o que sentimos, o que perdemos
As vezes não desejamos
nem o real, nem o ideal
Somos meros seres humanos.
Não devíamos
Mas queremos
Não iríamos
Mas faremos
Viver um dia de cada vez.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Espelho

(...)O relógio marcava a hora
Mas não dizia o dia. O Tempo,
desconcertado,
estava parado.

Sim, estava parado
Em cima do telhado...
Como um catavento que perdeu as asas.

(MÁRIO QUINTANA)

sábado, 8 de janeiro de 2011

‎"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já tem a forma do nosso corpo, e
esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre
aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.”

(FERNANDO PESSOA)