domingo, 12 de fevereiro de 2012

Gota d'água

Sábado à tarde.
Dentro do carro e pensando na vida, retornava à minha cidade Natal.
Como fazia todo (ou quase todo) sábado.
De repente, começou a chover.
Até então era apenas isso.
Eu, a chuva, e o trânsito lá fora.
Uma sintonia que zumbia no interior da minha mente e talvez fizesse mais barulho do que milhões de pessoas conversando em um bar com muita bebida.
Mas o barulho foi interrompido por uma dúvida que me persegue e que, naquele momento, silenciou tudo que estava em volta:
A onde eu quero chegar?
A sensação é de estar andando à procura de algo que eu não faço ideia do que seja.
De repente minha voz interior me diz: procura menina, você é grandinha e têm que se achar sozinha!
Como se fosse fácil.
A dúvida de pra qual lado ir e até quando seguir me enlouquece aos poucos.
Bem aos poucos.
Olhei para fora da janela, e muitas gotinhas estavam grudadas nela.
Com o vento elas se mexiam e, quando pareciam seguir para um lado, acabavam indo para outro, até se esgotarem no fim do vidro.
Senti-me uma gota d'agua.
Será que essa é a minha vida?
Gotas que se dispersam por caminhos diferentes e que, de vez enquando, se encontram e seguem juntas, até que, de novo, evaporam por ai?
Com os dedos pude seguir as tais gotas e quis ver a onde elas iriam dar.

Para a minha surpresa, nem elas eu pude controlar.