quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Inconstância

Ao anúncio de ventos fortes lá fora, tudo roda com mais velocidade aqui dentro.
E, em meio a pensamentos, eu me viro do avesso.
Viro, desviro, vou e volto, mas não chego a lugar nenhum.
Algumas vezes posso dizer até qual é o milésimo de segundo que separa o  cômodo do incômodo.

Outras vezes me passa despercebido e, quando vejo, já fui parar em um momento onde quase sempre odeio estar.
Eu costumo descrever cada instante como um desmaio mental onde tudo escurece e eu só vejo o que, naquele momento, deveria fazer, mas não faz, todo o sentido.
Respiro fundo, fecho os olhos e faço de tudo para voltar ao meu lugar.

Em algum momento daquele pequeno instante, sinto a velocidade diminuir e tudo parar.
Posso escutar novamente a batida forte do meu coração que, como uma leve melodia, parece me pedir para deixar.
Deixar para trás os ventos indesejados, a angústia e os pensamentos sem fundamento.
Quando finalmente volto a abrir os olhos, sinto uma vontade enorme de explicar e compartilhar.

Quero descrever conscientemente cada detalhe da inconstância da minha mente pra, quem sabe, encontrar ventos que sigam para outro lugar.
É quando percebo que ninguém realmente merece entender.
Disso tudo, levo tudo apenas comigo, na direção que tiver que ser.

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